Dançar para Ser Feliz

"A Dança já me salvou de Todas as maneiras possíveis" é uma frase comumente proferida...
Na realidade, afirmo com a maior certeza do Mundo, que a mim já me salvou em tantas alturas ao longo do meu percurso neste planeta, que estou certa que sem ela já aqui não estaria, pelo menos da forma como me encontro - em equilíbrio e com um sentimento de valor e pertença a quem + respeito, amo e valorizo.
Quem nasce com esta paixão, certamente tem em comum e partilha de diversas experiências bastante idênticas, como a de que a dança acontece e ocorre em qualquer altura ou lugar, nomeadamente, desde quando ouvimos um som ou música e começamos de imediato a desenhar a nossa dança na nossa mente, mesmo ainda antes que se manifeste algum movimento no nosso corpo.
São inúmeros os desafios de quem decide aprender uma Dança e muito + ainda de quem opta por um caminho profissional nesta área. Mas todos são superáveis e com experiência optamos pelos que nos servem e fazem crescer.
Hoje irei partilhar as últimas vivências dançantes e pretendo partilhar muitas + ao longo do tempo. Se houver algum tema que queiram propor, terei todo o gosto em escrever um pouco da minha experiência pessoal e espero que essa partilha possa de alguma forma contribuir para a inspiração de quem esteja a enfrentar algum desafio, seja na dança ou a qualquer outro nível.
Após estes últimos 2 anos de pandemia, conjuntamente com o início da Guerra na Europa/Ucrânia, lesões corporais e muitos outros desafios pessoais, a minha motivação e sobretudo a minha mente criativa encontravam-se praticamente nulas.
Felizmente, sempre que estou prestes "a deitar a toalha ao chão", surge "algum anjo" no meu caminho para me desafiar a continuar... Sou infinitamente Grata por essas "aparições" que certamente me fizeram permanecer e sobretudo evoluir. 
Darei 3 exemplos do que a que me refiro. Durante o ano passado, lesionei-me (pensava eu). Cheguei a um nível de dor insuportável, de até quase desmaiar, sentia dores dilacerantes 24h/24h em qualquer posição (deitada, sentada, etc - em qualquer posição sentia dor). Para além do evidente desconforto, pensei "pronto, chegou o meu fim". Procurei ajuda médica, tomei "doses de cavalo" que amenizaram as minhas dores e fiz uma bateria de exames. Descobri um desgaste ósseo na minha anca, mais uma série de "maleitas" na coluna. Por um lado fiquei um pouco + "descansada" por ter um diagnóstico e ficar a conhecer a origem do meu mal estar, por outro pensei "nunca + vou conseguir dançar". E não consegui, por uns tempos. A "sorte" é que me havia comprometido com um evento com uma Querida Amiga e não a queria desapontar. Chorei, desesperei, disse-lhe que o + provável seria eu não conseguir dançar e ela, enquanto "anjo", disse-me "vais conseguir". Eu pensei, " como é que ela acredita que vou conseguir no estado em que me encontro", mas na ínfima esperança de que ela estaria certa, marcámos os ensaios, durante os quais eu praticamente marcava a coreografia com pés e braços que continuavam operacionais, retirámos o que implicaria demasiado a coluna e anca e, na semana antes do evento, comecei a melhorar. Realizámos o evento, rimo-nos e partilhámos os nossos momentos dançantes com muita alegria e amizade. Teria desistido, não fosse este desafio/compromisso e a confiança que a minha Querida Amiga depositou em mim.
Continuei a reforçar a musculatura do meu corpo com o intuito de compensar as "maleitas" e, surpreendentemente, melhorei algumas técnicas e movimentos a que nunca me havia dedicado com afinco.
Surge então um convite para lecionar uma aula por parte de + "um muito querido anjo" na minha vida dançante. Mais uma oportunidade para preparar matéria e voltar a sentir vontade para lecionar, algo que entretanto havia perdido.
Surpreendentemente, nunca perdi a vontade para estudar e mergulhar o + profundo possível neste universo. Na grande maioria de quem não pertence ao meio da Dança, impera a crença totalmente errada de que é "chegar e dançar", o que de facto se sucede em diversas situações, mas não em profissionais que se dedicam a sério a qualquer área que seja. Na Dança, para além de termos de alimentar e exercitar a mente através do estudo e pesquisa teórica, temos algo que é precioso e sem o qual não há resultados "o treino" prático e constante do nosso corpo, no qual despendemos inúmeras horas de esforço e dedicação. Temos aqui matéria abundante para refletir, que ficará para outro artigo deste blog.
Quando já não pisava um palco desde o início da pandemia, (para mim, existe uma diferença considerável entre atuar num evento e uma performance em palco/teatro/auditório), eis que surge um convite para um espetáculo solidário que me tocou profundamente e me fez voltar a sentir o desejo para subir ao palco.
Com medo, sobretudo de ficar doente (por razões que ficarão para uma outra altura de escrita), aceitei, mas a minha criatividade permanecia bastante limitada, pelo que decidi interpretar a coreografia de uma profissional com quem estava a estudar, que estimo e que sem dúvida se "encaixaria" na perfeição no âmbito daquele espetáculo. Fiquei com a sensação de que tudo se harmonizou e me "encaminhou" até àquele desfecho.
Superar treinos, conjuntamente com todo o quotidiano de uma mãe de uma criança com necessidades especiais, a preparação de todos os pormenores e ter de lidar com os nervos inerentes a todo o processo, resultam no orgulho que permanecerá por ter conseguido e na alegria do reencontro de colegas queridas da Dança e sobretudo no sentimento de estar a agir em prol de algo em que acredito, o que me faz sair uma vez + profundamente feliz, com a sensação de preenchimento e realização que a Dança sempre me traz. Desta vez não me irei debruçar sobre a autocrítica típica que me acompanha permanentemente, este é todo um outro tema que está em constante superação e amadurecimento e que poderei abordar posteriormente.
O apoio e presença constante da minha família querida, que são os meus "motores" e  "Maiores Anjos", proporcionam-me alento e coragem para permanecer neste percurso de "Dança", a qual me oferece as ferramentas de que necessito para obter força e a minha melhor energia para estar com eles da melhor forma que consigo.
Dançar para Ser Feliz, Hoje e Sempre!
 

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